Que mais?[1]
Revelou noticiário recente
que as Igrejas de sete – número apocalíptico – sete países ocidentais da Europa
dirigiram veemente memorial exigindo de Roma o cancelamento do celibato
eclesiástico, como medida que fere os ensinamentos bíblicos... pois, não? Mas ninguém
se admire disso, porque algumas Igrejas do Brasil acompanharam-nas no pedido,
embora sem invocarem a ilegalidade da medida, há tantos séculos adotada, ou
argumentando irredutibilidade de tal prática aos dispositivos escriturísticos.
Seria o celibato estado
contrário à natureza do homem? Coisa verdadeira, ao menos para alguns, ou mera
farsa secular? Antes do mais, diga-se que o celibato é o dom de Deus, é graça
especial concedida aos que a suplicam e fogem em tempo hábil do mundo, do diabo
e lutam valentemente contra suas torpes inclinações. Difícil coisa, não?
Dificílima por certo e... quase inacreditável.
Hoje há indiscutivelmente,
razões bastantes e fortes para a proscrição do celibato, mas deve haver (ou ter
havido) razões mais ponderosas para que ele não venha abaixo, deixando de
trazer o máximo desafogo para a grande maioria dos padres, que anseiam por esse
dia. Não direi de quem será a vitória nessa contenda empolgante. E não digo,
porque, em livro publicado há alguns anos, asseverei, sem medo de errar, que
jamais o CÂNON da missa seria recitado em língua vernácula nem o seriam as
fórmulas sacramentais. Pois, errei, grosseiramente, na minha predição. Agora,
portanto, não me aventuro a afirmar o que já parece quase certo. Como o
problema não é meu, nem me afeta particularmente, o que as Congregações Romanas
e os sínodos episcopais definirem louvo e aplaudo, parafraseando o que tanto se
disse outrora: “Roma falou, liquidou-se a contenda”.
A mim, (que não sou do
contra, sistematicamente), me parece que quanto mais concessões se fazem à
besta encastelada nos refolhos do homem, mais se fortificam os inimigos que
põem cerco à colina do Vaticano, quando querem a todo preço plebeizar o clero,
envilece-lo.
Pedro repetidas vezes
dormiu, profundamente, enquanto o Mestre sofria as agonias de morte no Monte
das Oliveiras. Paulo VI, porém, não pode dormir no timão da Parca[2]. Alguns problemas do pós-concílio
assemelham-se a nós górdios[3]
que a ele cabe cortar de vez, se desmancha-los não lhe for possível. Tarefa delicada
e dificílima porque quem os vem dando é o inimigo avernal[4],
que é muito mais esperto, mais matreiro e mais inteligente do que qualquer dos
homens. Entretanto, não devemos ficar apavorados com isto porque Miguel ainda
preside às milícias angélicas e o seu brado ainda é o mesmo dos princípios da
criação; -“Quem como Deus?”. A luta vem sendo árdua, tremenda, apocalíptica
para o aggiornamento[5]
da Igreja, mas a vitória final será d’Aquele Que É. Há poucos dias, acordei de
uma sesta com o rádio dando notícias do momento. Concentrei as potências de
minha alma e sintonizei os ouvidos, quando o repórter disse da existência de um
papa de nome Clemente XV, na cidade de Avignon, se não estou errado. Pilhéria
de mau gosto? Certamente. Deve ser esta notícia alguma licença jornalística,
mero sensacionalismo. Por isto não quero acreditar. Mais plausível me parece
que seja sandice de algum carismático atacado de esquizofrenia, paranóia ou
debilidade mental. Ou estamos diante de novo cisma? Milhares de boletins naquele
sentido foram espalhados em Roma e em terras de França, segundo se diz. De
nacionalidade francesa, Clemente XV seria o papa verdadeiro, enquanto Paulo VI,
anti-papa, um usurpador!... Isso seria o máximo das humilhações afligidas à
Igreja de Deus pelos seus inimigos indormidos, liderados talvez por alguns
religiosos delirantemente “ultra-avançados”, bomba mais arrasadora do que
qualquer das que os mortais já inventaram. E que dizer da charmosa, piedosa,
instruída religiosa holandesa que se candidatou há pouco às honras sacerdotais?
Ela não disse na entrevista, mas dentro do seu coração talvez esteja sonhando
com o episcopado e... talvez mais... Quod Deus avertat![6]
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