quarta-feira, 12 de setembro de 2012

E eu me declaro marido e mulher...


 


Que mais?[1]

Revelou noticiário recente que as Igrejas de sete – número apocalíptico – sete países ocidentais da Europa dirigiram veemente memorial exigindo de Roma o cancelamento do celibato eclesiástico, como medida que fere os ensinamentos bíblicos... pois, não? Mas ninguém se admire disso, porque algumas Igrejas do Brasil acompanharam-nas no pedido, embora sem invocarem a ilegalidade da medida, há tantos séculos adotada, ou argumentando irredutibilidade de tal prática aos dispositivos escriturísticos.
Seria o celibato estado contrário à natureza do homem? Coisa verdadeira, ao menos para alguns, ou mera farsa secular? Antes do mais, diga-se que o celibato é o dom de Deus, é graça especial concedida aos que a suplicam e fogem em tempo hábil do mundo, do diabo e lutam valentemente contra suas torpes inclinações. Difícil coisa, não? Dificílima por certo e... quase inacreditável.
Hoje há indiscutivelmente, razões bastantes e fortes para a proscrição do celibato, mas deve haver (ou ter havido) razões mais ponderosas para que ele não venha abaixo, deixando de trazer o máximo desafogo para a grande maioria dos padres, que anseiam por esse dia. Não direi de quem será a vitória nessa contenda empolgante. E não digo, porque, em livro publicado há alguns anos, asseverei, sem medo de errar, que jamais o CÂNON da missa seria recitado em língua vernácula nem o seriam as fórmulas sacramentais. Pois, errei, grosseiramente, na minha predição. Agora, portanto, não me aventuro a afirmar o que já parece quase certo. Como o problema não é meu, nem me afeta particularmente, o que as Congregações Romanas e os sínodos episcopais definirem louvo e aplaudo, parafraseando o que tanto se disse outrora: “Roma falou, liquidou-se a contenda”.
A mim, (que não sou do contra, sistematicamente), me parece que quanto mais concessões se fazem à besta encastelada nos refolhos do homem, mais se fortificam os inimigos que põem cerco à colina do Vaticano, quando querem a todo preço plebeizar o clero, envilece-lo.
Pedro repetidas vezes dormiu, profundamente, enquanto o Mestre sofria as agonias de morte no Monte das Oliveiras. Paulo VI, porém, não pode dormir no timão da Parca[2].  Alguns problemas do pós-concílio assemelham-se a nós górdios[3] que a ele cabe cortar de vez, se desmancha-los não lhe for possível. Tarefa delicada e dificílima porque quem os vem dando é o inimigo avernal[4], que é muito mais esperto, mais matreiro e mais inteligente do que qualquer dos homens. Entretanto, não devemos ficar apavorados com isto porque Miguel ainda preside às milícias angélicas e o seu brado ainda é o mesmo dos princípios da criação; -“Quem como Deus?”. A luta vem sendo árdua, tremenda, apocalíptica para o aggiornamento[5] da Igreja, mas a vitória final será d’Aquele Que É. Há poucos dias, acordei de uma sesta com o rádio dando notícias do momento. Concentrei as potências de minha alma e sintonizei os ouvidos, quando o repórter disse da existência de um papa de nome Clemente XV, na cidade de Avignon, se não estou errado. Pilhéria de mau gosto? Certamente. Deve ser esta notícia alguma licença jornalística, mero sensacionalismo. Por isto não quero acreditar. Mais plausível me parece que seja sandice de algum carismático atacado de esquizofrenia, paranóia ou debilidade mental. Ou estamos diante de novo cisma? Milhares de boletins naquele sentido foram espalhados em Roma e em terras de França, segundo se diz. De nacionalidade francesa, Clemente XV seria o papa verdadeiro, enquanto Paulo VI, anti-papa, um usurpador!... Isso seria o máximo das humilhações afligidas à Igreja de Deus pelos seus inimigos indormidos, liderados talvez por alguns religiosos delirantemente “ultra-avançados”, bomba mais arrasadora do que qualquer das que os mortais já inventaram. E que dizer da charmosa, piedosa, instruída religiosa holandesa que se candidatou há pouco às honras sacerdotais? Ela não disse na entrevista, mas dentro do seu coração talvez esteja sonhando com o episcopado e... talvez mais... Quod Deus avertat![6]






[1] Últimas Crônicas, 1970
[2] Deusa grega que controlava o destino; A morte. (N.do E.)
[3] Lendário nó de difícil desenlace atado por Górdio, rei da Frígia. (N.do E.)
[4] Relativo ao Inferno.( N. do E.)
[5] Atualização (N.do E.)
[6] Que Deus nos livre (N. do E.) 

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